quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Goodbye my almost lover...



Será que sempre é verdade o que dizem? Que ninguém escreve sobre aquilo que não conhece…?

Eu conheço o que escrevo.

A verdade é que ainda existem dias em que penso em ti. Revivo no meu pensamento todos os segundos, todos os momentos, todos os beijos, todas as carícias, todas as lágrimas, todas as mentiras, toda a dor, toda a alegria… Revivo o nosso mundo… Se é em busca de uma resposta, não sei.

Quando acabou mentalizei-me que nada mais é preciso saber após ficarmos sós, porque dói menos ser-se racional do que sentimental. Segui a minha vida, peguei no que dela te sobreviveu e segui em frente, as feridas, essas foram-se curando… Só que me esqueci que uma ferida que não cicatriza é sempre uma ferida que dói.
Ninguém deve querer prolongar essa dor… as feridas devem ser sempre fechadas.

Por isso, não só sei do que escrevo como sei porque te escrevo…

Escrevo-te porque a mágoa ainda habita em mim, o amor não, esse morreu em cada noite que chorei para me adormecer e foram tantas, tantas…

O amor morreu contigo.

A MáGoa é o que mais custa a sarar.
Tu magoaste-me muito e mesmo assim perdoei-te, talvez na esperança que um dia realmente quisesses que eu te perdoasse e não assim.

Escrevo-te porque o tinha de fazer, para finalmente te entregar ao passado.
Escrevo porque aqui, neste pedaço de papel digo-te tudo aquilo que ficou por dizer…
Não escrevo porque ainda te amo, não. Escrevo para que quando leres estas palavras, que são muito mais que meras letras agregadas – são sentimentos, são os meus sentimentos – olhes bem para dentro de ti, para as tuas memórias e te recordes de nós, de mim. Quero que reflictas sobre tudo o que vivemos, sobre todos os sacrifícios que eu fiz por nós, por ti; todo o amor que te dei… e toda a dor que me foi dada, para que um dia, quando te cruzares comigo numa rua qualquer, num dia qualquer olhes bem para a mulher que eu sou.

Nesse dia olha bem para dentro dos meus olhos que tanta vez te retribuíram a calma que precisavas… e nesse momento eu tenho o pedido de perdão que não só eu mereço como o que é devido. Eu sei que quando esse dia chegar e esse olhar acontecer, irás arrepender-te de não teres lutado por nós, de não teres acreditado em mim, no que nos unia e teres-te entregue ao comodismo das decisões fáceis, de caminhos impostos por outros. A felicidade depende de nós, é decidida por nós e mais ninguém.

Olha bem para mim e vê o que perdeste.

Olha bem para mim e lembra-te que eu sobrevivi sem ti e a ti, porque o que não nos mata, fortalece-nos.
Olha bem para mim e vê que sou feliz porque hoje as minhas Noites são Longas e as minhas Manhãs Ternurentas… porque conheço o amor e a ele me entrego sem medo… e depois, depois continua a caminhar, não olhes mais para trás porque eu já não estou lá…


… Adeus.


imagem retirada da internet

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Fui capaz…




Paulo Coelho, um grande escritor, afirma, em Zahir que…






…É sempre preciso saber quando uma etapa chega ao fim. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa que nome lhe damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

É preciso saber dizer adeus.

Respirar fundo, ter a certeza do que deve ser guardado e o que deve ser colocado de parte – talvez num Lugar Secreto.

Mas não é preciso esquecer. O esquecimento é um dos piores inimigos.

Em pequena costumava dizer, quando algo de mau acontecia, que Preferia esquecer, apagar isto da memória…

Porquê? Fácil! Porque tivera sido mau.
Acontecera um momento mau com o qual eu não soubera lidar.
Acontecera e não tinha explicação. Por isso é que queria esquecê-lo.

Agora que cresci, um pouco, continuo a ter alturas em que digo isto mas com um sorriso meio contrariado.

Aprendi a não esquecer, apenas a guardar o que de bom se retira dos momentos menos bons.
Aprendi a encerrar capítulos, a fechar portas e a deitar a chave fora.
Aprendi que depois de algum tempo há momentos menos bons que se transformam em agradáveis recordações, mas o mais importante é que aprendi… a PerDoar, a mim quando erro e…

… aos que me causam momentos maus.



imagem retirada da internet

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O FinGir...






O FinGir faz parte do ser humano.





Para alguns é tão inato como os dentes, o cabelo, as unhas ou até algum órgão vital…
Para fingir é preciso algum talento, algum só. Dizer que aquela peça de vestuário assenta lindamente numa amiga ou que o comer estava delicioso é, por vezes, fácil e nem sempre deve ser condenável.

Mas há coisas que são difíceis e quase impossíveis de fingir.
Como diz a Sharon Stone: “Há mulheres capazes de fingir um orgasmo, mas os homens conseguem fingir uma relação inteira”. Isto é ser feminista a mais, a meu ver.


Mas eu estou a falar do BeiJo.

É impossível fingir o beijo.

Não um beijo, mas O BeiJo.

Aquele que é dado como se a vontade de ser de alguém é mais forte que a gravidade e flutuamos num espaço não muito diferente deste, mas sem a cor cinzenta do dia-a-dia monótono, sem o barulho das pessoas más e a indelicadeza da solidão que se instala em nós, sem ser convidada.

Se não for sentido, se não for desejado, é FINGIDO. No entanto, não passa despercebido a quem o dá.
Foi um beijo perdido, um beijo deitado ao vento como as promessas que fazemos quando estamos apaixonados…

Quanto às relações, bem… podemos fingir uma relação a vida inteira, mas aí estamos a fingir duas vidas, a nossa e a de um(a) inocente. Não estamos apenas a fingir os beijos que damos a alguém, é mais grave e condenável.

Estamos a fingir um sentimento, a viver uma mentira, a enganar…

...e não há beijo que tenha pior sabor que esse.


imagem retirada da internet

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Lugares Secretos




Existe um lugar em nós, secreto.


Tão secreto que não guardamos nele os segredos banais, mas sim aqueles que só lembramos ao coração num momento muito nosso, quando fechamos os olhos e ninguém está por perto, quando a saudade desse lugar vem e faz-nos visitá-lo. Baixamos as defesas e num suspiro estamos lá…
Aquele que um dia partilhou o nosso coração e juramos que já não conhece a sua morada, saúda-nos.


Começa sempre assim.

Começa sempre por um momento antigo que não teve o seu closer . Um amor passado que não acabou como devia… ou por uma lapso de princípios, de carácter que nos fez mentir e enganar quem mais amávamos.
Um beijo que demos quando os nossos lábios já eram de alguém ou, a minha preferida, a paixão secreta que guardamos por alguém que está tão perto de nós que apetece dizer-lhe baixinho:

“Queria ser tua, nem que fosse por um segundo de tempo. Saber se és igual ao meu sonho.”

Começa sempre por algo que não soubemos superar.

Não dói visitar esse lugar, embora, por vezes, nos faça chorar.
Esse lugar é necessário em nós, se não existisse nunca saberíamos até onde vai o limite do nosso corpo, do nosso ser.


Isto não será um convite ao meu lugar secreto, mas sim, uma porta aberta de muitos lugares secretos; de palavras não ditas, de desejos escondidos, de sentimentos repelidos do consciente.

Tudo se guarda, no entanto e, mais tarde ou mais cedo, mas sempre quando menos esperamos...

...tudo se revela.



imagem retirada da internet